Todos os dias somos bombardeados pela mídia com cenas de dezenas de navios naufragando no mar mediterrâneo com milhares de refugiados afogando, pessoas sendo pisotidas, policiais agredidinho-os para quem não entre em seus países, fronteiras e tuneis sendo fechadas com arames farpados, mas mesmo assim eles continuaram desembarcando em suas praias, invadindo seus trens, escalando suas montanhas, cavando buracos enfrentando jatos de água, cassetetes e gás lacrimogêneo, não tendo mais bagagem que o seu sangue e o seu futuro, reunidos nos corpos de seus de seus filhos, irão cobrar seu quinhão de esperança e de destino, e a sua parte da primavera, de um continente privilegiado, que para chegar aonde chegou, fartou-se de explorar as mais variadas regiões do mundo.
Se, no lugar de seguir os EUA, em sua política imperial em países agora devastados, como a Líbia e a Síria, ou sob disfarçadas ditaduras, como o Egito, a Europa tivesse aplicado o que gastou em armas no Norte da África e em lugares como o Afeganistão, investindo em fábricas nesses mesmos países ou em linhas de crédito que pudessem gerar empregos para os africanos antes que eles precisassem se lançar, desesperadamente, à travessia do Mediterrâneo, apostando na paz e não na guerra, o velho continente não estaria enfrentando os problemas que enfrenta agora, o mar que o banha ao sul não estaria coalhado de cadáveres, e não existiria o Estado Islâmico.
O pior de tudo é que isto é apenas o começo. Muita gente ainda vai morrer até que a Europa
tome alguma providência ou melhor politicas para acolher esses refugiados.